Como ter sucesso na crescente Gig Economy
Os trabalhadores mais jovens de todo o mundo agora querem trabalhar de forma diferente do que os seus pais fizeram.
Não há dúvida de que a economia freelance ou “gig” está em ascensão. Uma pesquisa recente estima que freelancers agora compõem 34% da força de trabalho dos EUA. Projeções argumentam que em 2040 a economia será “dificilmente reconhecível” jeito que conhecemos ela nas últimas décadas. Mas como essa mudança vai remodelar a próxima geração de trabalho é muito mais difícil de prever, em parte porque é tão difícil fazer generalizações sobre quais os papéis que freelancers vão dramatizar em empresas de diferentes portes em todo o mundo. Ainda assim, a palavra de ordem da nova economia global é fluidez, graças ao aumento do trabalho freelancer. No texto abaixo um parecer sobre o porquê, e o que isso pode significar.
O quadro global
A ascensão do freelancer é quase um fenômeno totalmente americano. Um estudo do grupo empresarial "Approved Index" do Reino Unido explorou recentemente a taxa de empreendedorismo à escala global, calculando a porcentagem da população que é proprietária ou sócia de uma empresa em cada nação. Os resultados foram bastante surpreendentes.
Com enormes 28% de sua força de trabalho classificados como trabalhadores autônomos, Uganda ganhou o N. 1 do mundo em empreendedorismo. Isso é bastante notável para uma nação que foi recentemente liberado das garras de uma ditadura. Não muito atrás de Uganda vem o Vietnã, um país com uma extensa história de sofrimento socioeconômico. Em 2013, o Vietnã trocou esta mazela e subiu para a categoria de “nações de renda média”. O estudo revela que 13,3% da população do Vietnã é autônoma, classificando-a como N. 5 para o empreendedorismo em todo o globo. O Brasil é o N. 3 (13.8%).
Embora existam muitas razões para o aumento do auto-emprego em todo o mundo, há uma tendência definida em curso. A tecnologia está revolucionando a forma como se conectam, comunicam e se relacionam com o mundo. No entanto, uma coisa que permaneceu fiel dos trabalhadores, independentemente da geografia é que todos querem sobreviver e ter sucesso. Com a tecnologia penetrando mais cantos do globo, este desejo básico está crescendo e ficando cada vez mais complexo. As pessoas agora não querem simplesmente trabalhar, elas agora querem mais controle sobre como trabalham — seja para melhorar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, a escolha de uma carreira orientada pela paixão, ou ser seu próprio patrão. Simplificando, a "gig economy" faz todas essas coisas possíveis em uma escala como nunca antes foi visto.
Hoje em dia qualquer pessoa pode participar da gig economy, seja ele um trabalhador, empregador, ou alguém como eu, trabalhando nas duas pontas. Em 2012, logo após me formar conheci uma startup chamada webflow que possibilitou a minha entrada no mundo digital pela kendsign.
Na época estava sem dinheiro e aproveitava o tempo em cima da bicicleta para pensar em um negócio que não precisasse de dinheiro para dar o ponta pé inicial. Com ajuda da tecnologia consegui alavancar um negócio do zero e consegui clientes nos Estados Unidos, Europa e Austrália em alguns meses. Além de ser muito rentável tenho a chance de aprender e receber mentoria de profissionais dos mais diversos segmentos e em países onde a gig economy já ganhou certa definição.
Kinnecting ganhou momento saindo no "As seen on Today" nos Estados Unidos.
Foi assim que conheci a startup Kinnecting, que como comentei no meu último post, e que acabou de entrar para o programa de aceleração do Facebook, o Fbstart. Apesar de não estar presente fisicamente, o Soam, idealizador do Kinnecting, está oferecendo todo o suporte e sendo indiretamente o nosso mentor no gigloop, um lampejo que esta tirando meu sono e sendo moldado com a bagagem vivida nos últimos anos com a kendsign e a grow.
O valor do "PEQUENO"
Freelancers agora dividem seu tempo entre uma carteira de clientes, espalhando-se os custos de fazer negócios com cada um. Eles estão cada vez mais focados em uma área especializada, e os seus clientes sabem que estão trabalhando com um especialista no assunto ao invés de um grande “provedor de soluções.”
Até agora são as empresas menores que estão mais propensas a sentir o impacto dessas mudanças, uma vez que muitas das grandes empresas já têm contratos e parcerias sólidas. Ainda assim, as vantagens de relações de menor escala com freelancers especializados parecem estar se espalhando por toda a força global de trabalho.
Como um recente relatório da PwC afirma, “mudanças econômicas estão redistribuindo poder, a riqueza, a concorrência, e oportunidade ao redor do globo”, e “as expectativas das organizações e as aspirações dos povos que querem trabalhar para eles [são] divergentes em três distintos “mundos” de trabalho “:
* O mundo “azul” do capitalismo corporativo
* O mundo “verde” da responsabilidade social
* O mundo “laranja” de redes de colaboração e de especialização menores
As preocupações e interesses de cada esfera nem sempre se alinham. E não é preciso dizer que os freelancers estão impulsionando o crescimento, principalmente aqueles dentro da esfera “laranja”, causando consequências para os outros dois, como os analistas da PwC pontuam.
Veja como a economia criativa está remodelando as empresas de diferentes tamanhos:
Startups: Empreendedores muitas vezes precisam entender que eles não podem fazer tudo sozinhos. Se eles trazem um freelancer para fazer uma tarefa específica, muitas vezes vão obter o melhor resultado com o menor esforço. Levando em conta que os freelancers são geralmente “de fácil gestão”, eles também permitem que seus clientes gastem energia na execução de seus negócios ao invés de consumir seu tempo administrativo.
PME: as empresas de porte médio e pequeno (PME) têm estado em um aperto ao longo da última década. Eles não oferecem o ambiente dinâmico de uma startup e nem sempre podem oferecer as mesmas oportunidades de carreira de crescimento como as maiores empresas. Assim, nos últimos anos ficou difícil para PME's achar e reter funcionários de alta qualidade. A crescente influência do mundo “laranja” parece susceptível de dar-lhe-ás um pouco de alívio nesta tendência, ajudando a escolher o melhor talento possível de uma grade crescente de profissionais freelancers.
Além do mais, essas oportunidades vão assumir um elenco cada vez mais global. De acordo com o relatório da PwC, “ o desejo do mundo laranja para a autonomia é mais forte na China, especialmente entre os jovens, indicando uma mudança de geração no sentido de uma maior liberdade, empreendedorismo e habilidades especializadas em uma economia de rápida evolução.” Metade dos chineses entrevistados no estudo disseram que não esperam que um emprego tradicional esteja disponível para eles no futuro.
Corporações: As grandes corporações podem se aproveitar de enormes benefícios da economia freelancer também, mas para eles isso exigirá grandes mudanças na forma como gerem os seus fluxos de trabalho. Há uma vantagem óbvia em contratar mão de obra especializada para os projetos mais inovadores e experimentais, sem que grandes empresas precisem romper relações importantes com os outros parceiros estratégicos.
Espere mais “conglomerados de talentos”
Já fez isso alguma vez? Imagine a sensação de estar no lugar dele. É assim que os empregadores estão se sentindo.
A realidade global para muitos empregadores — não importa o seu tamanho — é que eles estão perdendo muito do controle que já tiveram sobre o mercado de trabalho. Com as gigs se tornando mais comums, cada indivíduo está dirigindo grandes mudanças no mundo do trabalho. Sim, um cheque de pagamento é um motivador óbvio, mas ele não é mais o único final.
Uma maneira das empresas continuarem sobrevivendo e prosperando no novo cenário econômico será pela substituição de certas hierarquias por conjuntos de talentos mais flexíveis, a chamada holocracia. Conforme os pesquisadores da PwC apontam, “Equipes enxutas que tem mais liberdade e regras menos severas são mais eficientes do que grandes equipes sob o olhar de apenas um chefe", é claro que este cenário não é regra para todos os mercados e empresas.
A realidade global para muitos empregadores — não importa o seu tamanho-
é que eles estão perdendo muito do controle que tiveram uma vez sobre o mercado de trabalho.
Uma economia de gigs mais robusta torna isso possível para mais empresas em todo o mundo. É também a maneira que as pessoas realmente parecem querem trabalhar. Neste sentido, todos saem ganhando.
Esta é uma matéria adaptada da Fastcompany por Faisal Hoque veiculada em 22 de Setembro de 2015.
Quem editou e traduziu foi o Daniel Sun, trabalha à mais de 10 anos na cena eletrônica em varias frentes, discotecagem, produção musical, produção e promoção de eventos, agenciamento de artistas, consultoria de imagem e mais recentemente no mundo de tecnologia com 2 empresas, a Kendsign, uma startup de outsourcing de web/mobile design, e o Gigloop, um marketplace de artistas.